sexta-feira, 19 de junho de 2009

VALE A PENA CASAR????





Poucas instituições ditas “tradicionais” estão tão combalidas hoje quanto o casamento. Se o casamento estivesse na bolsa de valores certamente sua queda nos últimos anos teria gerado uma tremenda crise financeira, e com motivos, muitos motivos.
Mais de uma geração de filhos cresceu vendo seus pais que tinham casamentos tenebrosos, regados a traições, violência, alcoolismo, brigas intermináveis uma tortura que não chegava nunca ao fim, levando o sofrimento não só do casal, mas dos filhos a um patamar que muitas vezes abalava com a sanidade de família. Isso ajudou a formar a corrente de pensamento que temos hoje.
Meus leitores vão reparar que muitos dos meus textos são autobiográficos, este não é uma exceção.
Por conta da minha infância, adolescência e uma parte da fase adulta extremamente conturbadas e cheias de toda ordem de problemas familiares, eu tinha uma imagem absolutamente terrível do casamento. Muito embora no fundo eu sempre tivesse alimentado uma vontade grande de me casar e ser feliz meu lado racional rejeitava qualquer possibilidade mesmo que remota de entrar nessa “canoa furada”.
Esse conceito só mudou devido a dois fatos distintos, porém relacionados.
Num certo momento da minha vida eu entrei em contato com cerca de 5 casais, entre eles meu irmão e cunhada. Cada um destes casais tinha particularidades de idade, faixa social, profissões e pensamentos, na verdade cada um deles era bem distinto um do outro, quase um universo a parte. De forma que meu lado racional os categorizou e separou, dando início a um processo de observação, já que cada um me chamou atenção.
Outro ponto interessante e que deve ser explicado é a questão do temperamento. Cada casal tinha em um de seus pares um representante bem distinto do seu par. Em um, o homem era de temperamento forte e a mulher calma, no outro o contrário, em outro a esposa se achava uma enciclopédia, um baluarte do saber e se achava muito acima do marido, por outro lado seu marido era um homem muito seguro de si e muito culto também, mas nunca se preocupou provar seu conhecimento a esposa.
Eu sempre fui um observador do ser humano, porque sempre cri que a verdadeira sabedoria está não em se aprender com os próprios erros, mas em se aprender com os erros dos outros, e observando estes casais eu percebi que cada um a sua forma havia encontrado a felicidade e a paz conjugal. Desde os mais recém casados até nos mais muito experientes havia harmonia, filhos bem criados e uma jornada que no geral era agradável a todos. Cada casal tinha a sua forma de agir, mas eu consegui identificar um fator que era comum a todos e que anos depois eu aplicaria ao meu casamento. Algo muito simples, mas sem o qual eu creio ser impossível que algo tão complexo como o casamento de certo.
Ambos os cônjuges precisam estar completamente comprometidos com o propósito do casamento, igualmente comprometidos.
Mas a frente em outros post’s eu vou adentrar em que este comprometimento implica, demonstrando como ele funciona para cada parte do casal e no grau de confiança necessário para cada parte se comprometer e ainda assim confiar que outro também o fará, mas isso veremos depois.
O segundo ponto foi o início de minha vida espiritual.
Eu sempre achei que a parte espiritual do casamento terminava nos votos que se fazia diante de um sacerdote qualquer e que o matrimônio teria que ser vencido na “unha” com muita disposição e vontade, e que se caso a escolha tivesse sido mal feita bastava que o casal fizesse uma sociedade. Um dos dois entra com o pé e o outro com a bunda, resolvido o problema! E não haveria qualquer problema do ponto de vista religioso, afinal desde os tempos de Moisés a carta de divórcio já havia sido dada, e isso eu me lembrava, sem problemas então, certo? Bom, mais ou menos, mais ou menos.
A maioria das instituições cristãs vê o divórcio mais ou menos como algo reprovável, porém socialmente aceitável. Ou seja, algo que ninguém recomenda, porém entende em muitos casos e sabe que no nosso contexto social é algo mais do que comum.
Porém quando se estuda um pouco mais a palavra o que se percebe é o seguinte, Deus permitiu o divórcio, porém não o planejou para o homem. Devido ao duro coração do homem Deus permitiu que se desse carta de divórcio, naquele tempo em casos bem específicos, mas essa nunca foi a intenção de Deus.
Deus pensou o casamento como sendo a forma de 2 pessoas através de uma união física e espiritual se tornando uma que fosse plena. Homem e mulher tem características diferentes e complementares, a própria ciência afirma isso, e atribui tal fato a divisão de tarefas do homem dos primórdios. Dessa forma a mulher teria maior capacidade de organização, mais sensibilidade, maior capacidade de percepção a fatores externos e outras características que seriam compatíveis com seus papéis de mãe, protetora do lar, organizadora da casa e por aí vai. Já o homem teria melhor capacidade física, visão pontual mais acurada, maior resistência etc. características mais entrosadas com seu papel de caçador e provedor.
Deus pensou em um ser pleno que unisse de forma esplêndida as características marcantes de ambos e os tornasse preparados para viverem juntos resistindo ao mundo e caminhando em felicidade.
Só para esclarecer amigos, o termo felicidade jamais será empregado nos meus textos como ausência de lutas ok? Um casamento feliz não é um casamento onde nunca se briga, nunca aparece uma dificuldade nem nada disso, nós vivemos no mundo e no mundo nós temos atribulações, felicidade está em passar por tudo isso juntos e unidos em um mesmo propósito, sem se deixar ser esmagado pelas circunstâncias.
Ok já estabelecemos o casamento como sendo um desejo de Deus para nossas vidas, desta forma é desnecessário dizer que ele dispensa toda sorte de bênçãos sobre aqueles que buscam essa união correto? Prossigamos então.
Entrando num nível ainda mais pessoal. Casamento, como dia a dia, como convivência vale a pena? Eu só posso dizer que poucas coisas na vida valem tanto a pena.
Eu não consigo pensar em um aspecto negativo que tenha sido trazido a minha vida pelo meu casamento, nenhum sequer senhoras e senhores. E como vocês já estão começando a perceber pelos meus textos eu não sou exatamente um jovenzinho sonhador que suspira apaixonado e não vê os defeitos de sua amada. Defeitos há, e muitos como em todo mundo, o que faz a diferença é que as qualidades de minha esposa me cativam imensamente enquanto os defeitos não me incomodam tanto. É como uma equação de balanço patrimonial onde se troca ativos e passivos por qualidades e defeitos.
Ter uma parceira para a vida, uma conselheira, consoladora uma verdadeira auxiliadora é algo que eu agradeço a Deus todos os dias. Porque eu vejo um esforço diário e ser melhor, em trazer o melhor para mim e para nossa vida, da mesma forma que do outro lado eu faço o mesmo.
Hoje não entraremos nos elementos que fazem cada casamento ser um sucesso ou fracasso, até porque os que conseguiram ler até agora já estão provavelmente um pouco cansados, mas se tem uma coisa que aprendi com meus outros dois blogs é que tentar escrever pouco para mim é forçar minha natureza, amo escrever e por isso ainda estou a blogar.
Mande suas perguntas, as mesmas serão respondidas na forma de post e sua identidade sempre será preservada. Além da minha resposta você terá inúmeras outras nos comentários que lhe trarão luz sobre o seu problema.

Nenhum comentário:

Postar um comentário